SOLUÇÃO ARQUITETÔNICA PARA HABITAÇÃO PARA VÍTIMAS DE DESASTRES NATURAIS

Muito comum no Brasil, regiões de risco são caracterizadas por condições inadequadas de moradia e maior probabilidade a desastres ambientais. Além da falta de acesso à educação, saneamento e transporte, a população que vive nessas regiões também é afetada pelos desastres climáticos. A partir da alta demanda de habitação temporária no país e grande incidência de desastres climáticos, a estudante de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Luísa Mello (28), realizou uma pesquisa que propõe modelos habitacionais voltadas a vítimas de desastres, adequados a diferentes climas brasileiros.

“Além do conforto estabelecido para as diferentes zonas bioclimáticas brasileiras, o estudo buscou se atentar à garantia do direito à moradia adequada, sobretudo no que diz respeito à habitabilidade, acessibilidade e adequação cultural”, afirma Luísa. Para realizar o estudo, do tipo exploratório, foram analisados 77 livros científicos. “Com base nessa revisão de literatura, o que se pretendeu foi formar uma base teórica sólida para o desenvolvimento do modelo habitacional de caráter evolutivo, que se adequasse a diferentes contextos climáticos e que trouxesse a garantia de uma moradia adequada,” destaca a pesquisadora.

Tendo em vista a obrigação do Estado de atuar para garantir a realização do direito à moradia, passa-se ao estudo da política habitacional brasileira no contexto dos desastres naturais. Também foram analisados os níveis de conforto e desempenho higrotérmico de habitações de interesse social e soluções projetuais em situações emergenciais. Após a etapa da pesquisa qualitativa, as soluções propostas para o modelo habitacional foram desenhadas no papel e no programa Autodesk®️ AutoCAD®️. As adaptações dos modelos aos diferentes climas seguiram os critérios de área de ventilação e estratégias de condicionamento passivo para o verão e/ou para o inverno.

Para as soluções projetuais foi apresentado um modelo habitacional com adaptações para três diferentes contextos bioclimáticos identificados no Brasil: clima quente e seco, clima quente e úmido e clima frio e úmido. De acordo com Luísa Mello, a intenção é que os modelos desenvolvidos sirvam como um módulo embrião no contexto do abrigo temporário, podendo ampliar-se para atender às vítimas de desastres naturais de forma permanente.

A pesquisa de iniciação científica desenvolvida pela aluna foi orientada pela professora de Arquitetura e Urbanismo do CEUB, Ludmila Correia, e usou como base as premissas do projeto "Fortalecimento da Cultura de Gestão de Riscos de Desastres no Brasil - BRA 012/17". Esse é um projeto voltado ao desenvolvimento de um protótipo de habitação emergencial para situações pós-desastres, desenvolvido pelo Instituto Avaliação (IA) a partir de Edital da Secretaria da Defesa Civil Nacional (SEDEC/MDR), em parceria com o Programa das Nações Unidas (PNUD).
Além de contar com apoio do CEUB, o IA tem como consultora a professora Ludmila, coordenadora técnica do projeto. A professora destaca o caráter inovador do projeto, a partir da necessidade de flexibilização dos modelos de casas para os diferentes climas dos estados brasileiros. “Um ponto muito positivo neste trabalho é o fato de não ser apenas um modelo de habitação temporária, especificamente. São habitações que vão ser instaladas em modo provisório, mas vão se adaptar a situações definitivas”, explica.

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